Feminismo Antiproibicionista

de Adie Mathias em April 06, 2023

Muito se fala sobre o feminismo, mas até hoje a liberdade e a igualdade de direitos para mulheres está muito distante da realidade de muitas, ainda mais quando pensamos no sistema patriarcal e proibicionista que vivemos. Mas como será que essa luta começou a ficar mais evidente?

Até o início do século 19 as mulheres eram proibidas de votar, recebiam salários inferiores e tinham cargas de trabalho gigantescas, por esse motivo, diversas mobilizações pela igualdade de gênero foram surgindo pelo mundo, A primeira onda dessa mobilizações ficou conhecida como movimento sufragista e uma das principais reivindicações era o direito das mulheres poderem votar e se candidatar em cargos e partidos políticos. Muitas marchas e datas importantes dessa pauta aconteceram em março, o que influenciou a escolha dessa data como um marco global pela luta de direitos da mulher.

Aqui no brasil foi em 1932 que as mulheres brasileiras alcançaram a conquista desses direitos, mas um fato curioso é que até o ano de 1962, as minas ainda tinham que pedir autorização ao marido para poder trabalhar. Além disso, somente esse ano, em fevereiro de 2023 foi conquistado o direito de laqueadura a partir de 21 anos, sem a necessidade de autorização masculina, ou seja, até hoje vivemos esbarrando em leis e diretrizes criadas por homens e que interferem e controlam diretamente a vida de mulheres.

A segunda onda feminista aconteceu durante a ascensão do movimento hippie e tinha como pauta a liberdade sexual, os direitos reprodutivos e a legalização do aborto e do divórcio, que até então era proibido e causava transtornos para as disquitadas, Com a criação dos contraceptivos e a inclusão das mulheres no mercado de trabalho, aos poucos, alguns desses direitos foram sendo conquistados trazendo uma nova perspectiva de igualdade. 

Hoje, o feminismo tenta trazer a interseccionalidade para dialogar entre suas diferentes vertentes como o feminismo negro e as pautas e vivências das mulheres trans.

 Assim como as feministas que queimaram sutiãs e hoje em dia queimam bem bolados, outros importantes movimentos marcam a história dos direitos das mulheres, e é por essas razões, que a data do 8 de março não é motivo só de alegrias e boas vibrações.

O que a libertação feminina, a criminalização da maconha e a redução de danos tem a ver?

Proibicionismo e Encarceramento Feminino

Vivemos em um contexto de Guerra às Drogas e isso impacta diretamente a vida da população preta. O Brasil ocupa atualmente o quarto lugar entre os países que mais encarceram mulheres no mundo. Um estudo de 2021 do INFOPEN mostra que, entre os anos 2000 e 2016, houve um aumento de 455% na taxa de aprisionamento de mulheres, ou seja, falar de liberdade das mulheres e uso de substâncias tem tudo a ver!

Segundo um levantamento de 2021 do "Global Prison Trends 2021", a alta está relacionada a uma política de encarceramento que tem leis que criminalizam posse de pequenas quantidades e criminalizam o usuário como traficante, como a última lei de drogas aprovada no brasil de 2006, que contribui ativamente para o aumento absurdo dessas prisões.

As questões econômicas e raciais também produzem um cenário de vulnerabilidades, em que mulheres, em sua maioria negras e pobres, acabem se envolvendo com atividades ilícitas, atualmente 62% das mulheres em privação de liberdade são negras e 3 a cada 5 mulheres têm relação com tráfico de drogas, sendo assim, a legalização da maconha e outras drogas se torna um assunto emergencial. Por isso, é necessário se pensar em como reduzir os danos desse processo que traz frutos amargos para a mulher presa, sua família, seus filhos e consequentemente para toda a comunidade.

 

Mulher Maconheira e a Revolução Verde

Nosso sonho é viver em um mundo onde mulheres e plantas possam ser livres. A redução de danos existe como um conjunto de práticas de cuidado e apoio ao usuário, por isso é tão importante que a causa feminista e a luta pelo desencarceramento estejam interligadas pelo feminismo antriprobicionista.

A maconha e as mulheres estão mudando o mundo, estamos plantando uma semente de revolução.

Conheça mais sobre o assunto através desses 4 projetos:


Renfa

https://renfa.org/manual-feminista-antirracista-pelo-desencarceramento

 Rede nacional de feministas Antiproibicionistas, atua em diversos estados e promove ações em prol

Tulipas do cerrado

 https://instagram.com/tulipasdocerrado?igshid=YmMyMTA2M2Y= 

Rede pioneira na redução de danos e atenção a profissionais do sexo

Iniciativa negra:

https://instagram.com/iniciativa_negra?igshid=YmMyMTA2M2Y=

Grupo criado para discutir uma nova política sobre drogas e garantir os direitos humanos para pessoas invizibilizadas. 

CCéDELEI

https://www.instagram.com/ccedelei/
O Centro de Convivência É de Lei atua desde 1998 na promoção da redução de danos sociais e à saúde associados ao uso de drogas.

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